segunda-feira, 31 de julho de 2017

Por que a França é o único país evoluído de língua latina ?

Uma constatação objetivamente feita pelas pessoas em relação aos povos de língua latina é a de que, em termos de progresso técnico e financeiro, eles não avançaram quase nada em relação ao seu estágio de colônias. Eles tem sua língua, cultura e economia próprias, mas continuam sendo, de alguma forma, tutelados pelos outros países, dependentes, de certa forma, economicamente daqueles, e com problemas reincidentes no que tange à política, apresentando crises constantes.

América Central e outros escravos

A América Central, excetuando o Panamá, apresenta índices de crescimento econômico risíveis. Existem teorias pseudo-técnicas, que proferem absurdos étnicos como explicação para estes índices, como a classificação deste povo como de ex-escravos. O povo judeu já foi escravo, e a evolução técnica e econômica deste é digna de nota, assim como de outros povos antigos que foram escravizados por grandes impérios, mas que se levantaram, como o povo chinês, duramente escravizado e humilhado pelos japoneses durante a segunda grande guerra, ou o povo polonês, igualmente escravizado e humilhado pelo delírio alemão durante esta mesma guerra.

Brasil

Mesmo com suas dimensões continentais, que significam, a grosso modo, abundância de recursos, o Brasil pouco evolui na proporção desta enorme extensão territorial. Até seu crescimento populacional é pífio, pertdendo para os Estados Unidos, cujo tempo de colonização e tipo de origens históricas é o mesmo (salvo os responsáveis pela sua colonização).
O Brasil, etnicamente, é uma "sopa" com ingredientes de todo o mundo. Temos descendentes de italianos, japoneses, poloneses, africanos, alemães, suiços, judeus, franceses, ingleses, espanhóis e toda a sorte de misturas possíveis.

Onde está a raiz de nossa incapacidade ?

Procurar a razão de nossa pouca evolução como nação em fatores humanos de primeiro nível, os fatores étnicos, portanto, é um absurdo que revelaria uma falta muito grande de inteligência. Em segundo nível, poder-se-ia citar nossos colonizadores. Ignorância igualmente estapafúrdia, pois recebemos muitas outras ondas migratórias.

A razão é muito mais profunda. Ela se encontra em nosso órgão mais capaz, mais evoluído e ainda subutilizado. Mas antes vamos falar da exceção, pois toda exceção ajuda a esclarecer a regra.

França

A França adotou a língua latina. A principal razão foi a "devoção" à religião católica. Ora, a língua eclesiástica dominante era o latim. Ao invés de utilizá-lo apenas para os fins religiosos, por que não adotá-lo para todos os fins ? E assim foi feito.

Então perguntemos nós a nós mesmos:

Por que a França é um país evoluído, apesar de utilizar a língua latina ?

Lembremos então de algo que se perdeu nas brumas do tempo. De que povo raiz veio o povo francês ? Do mesmo povo que deu origem ao país que é o berço de numerosos gênios: a Alemanha. Ambos, França e Alemanha descendem das selvagens tribos germânicas.

Alguns gênios franceses: Voltaire (escritor, poeta), Ampere (cientista), Diderot (filósofo, escritor), Julio Verne (escritor), Descartes (matemático), Rabelais (escritor), Lavoisier (físico), Lazare Carnot (físico),

Alemanha

A Alemanha demonstrou, por duas vezes, na Primeira Grande Guerra e na Segunda Grande Guerra, a ferocidade oriunda de suas origens germânicas. As atrocidades cometidas pelo povo alemão estão registradas na história universal para sempre, e não são de exclusiva e individual responsabilidade de Hitler, e sim de uma inclinação à conquista, de uma DETERMINAÇÃO de liderança e de disseminação de sua cultura. Cultura, quando unida à Ferocidade, deixa apenas transparecer a segunda, pois a brutalidade é a principal vocação, infelizmente, da raça humana.

Da Alemanha vem os gênios Bach (músico), Beethoven (músico), Max Planck (cientista), Goethe (escritor), Kant (filósofo), Hegel (filósofo), Einstein (cientista), Schopenhauer (filósofo), Haendel (músico), Leibnitz (matemático), Gutenberg (inventor da imprensa), Lutero (religioso), Pierre e Marie Curie (cientistas), Gauss (físico), Kepler (astrônomo), Werner von Braun (físico), Heisenberg (físico), Paul Ehrlich (bacteriologista), Clausius (físico [termodinâmica]).

Mas vamos falar também de um povo parente dos germânicos, os anglo-germanicos, mais conhecidos como ingleses.

Inglaterra

Exercendo sua ferocidade com menos ênfase, encontramos entre os povos de origem germânica os hábeis ingleses. Estes nos deram um gênio inigualável: Sir Isaac Newton, autor da Lei da Gravidade e das bases de algo que é fartamente utilizado por matemáticos, físicos, astrônomos e outros cientistas, o cálculo diferencial e integral.

Até Einstein citou Newton, esclarecendo que havia "se apoiado em ombros de gigantes". Newton é o matemático mais importante de toda a história do conhecimento prático humano. O cálculo é o conjunto de funcionalidades para quantificação dos efeitos de fenômenos físicos existentes absolutamente essencial.

Alguns gênios ingleses: Isaac Newton (matemático, astrônomo, concebeu o Cálculo Diferencial e Integral), Charles Babagge (ramo da computação), John Dalton (teorias do átomo), Michael faraday (magnetismo), Robert Hooke (biólogo, célula), George Boole (princípios da lógica formal e lógica booleana), William Rutherford (teoria atômica).

Alma científica germânica

Estaríamos nós endossando uma base para uma teoria que poderia ser racista, etnicista, de que a origem cultural germânica poderia ser superior às demais, como quis o psicopata Hitler ? De maneira alguma, até porque este ser desprezível INVENTOU uma origem ariana para os germânicos, quando sabemos que os árias estão mais para o lado dos indianos do que para os caucasianos de pele branca e olhos azuis.

A explicação fica bem mais humana e comportamental, quando lembramos a principal característica dos povos germânicos: A SUA DETERMINAÇÃO. Lembrem-se de que são bárbaros. E se este barbarismo, esta sede de conquista se traduz, no campo intelectual, em PERSISTÊNCIA NOS OBJETIVOS, ótimo.

O campo da ciência exige muito da DETERMINAÇÃO HUMANA. Uma vez que surge uma necessidade humana que pode ser suprida com alguma teoria ou dispositivo, uma série de desafios surgem à frente do cientista. Preguiça e lassidão não combinam com a busca de uma solução. Um exemplo foi o desenvolvimento da bomba atômica, em que os americanos tiveram que lidar com um desafio a médio prazo, para acabar com a guerra com os japoneses. Os passos para se chegar, na prática à solução, foram dolorosos, e tudo está documentado no Projeto Manhattan.

As línguas anglo-saxônicas

O grupo de línguas dos povos germânicos derivou para o ramo denominado anglo-saxão. Este grupo linguístico não é tão evoluído quanto o grupo de línguas latinas. Ele pode até ter as chamadas declinações (acréscimos à raiz da palavra que especificam os "casos": sujeito, objeto, complementos), mas não tem a riqueza de construções que dá esta clareza enorme às ideias expressas em forma de um texto altamente estruturado, onde é fácil distinguir os agentes da ação, a ação, os objetos da ação e suas pessoas.

Mas então, como é que povos que utilizam uma língua tão evoluída não se revelaram, pelo menos ainda, como grandes construtores de teorias científicas ? O segredo está na DIFICULDADE. Lembrem-se do que citamos anteriormente sobre DETERMINAÇÃO. Quanto mais difícil, então, for uma língua, mais preparo ela dará ao seu praticante na superação de DIFICULDADES ? Como pode ser isso ?

Decodificando a comunicação

Tenha em mente, em primeiro lugar, que a nossa principal diferença para os animais, mesmo os que apresentam comportamentos enganosamente semelhantes ao do homem, é o fato de nos comunicarmos com uma linguagem institucionalizada por gramáticas elaboradas e por um vocabulário extenso. O tempo todo, ao nos comunicarmos, estamos codificando informação ao falar, e decodificando informação ao ouvir.

Um emissor ou receptor humano, utilizando linguagens que podemos dizer "quase tribais" como o inglês e o alemão, precisa lidar, constantemente, com construções ambíguas, pois utilizam palavras que tem vários sentidos (como o get do inglês), verbos auxiliares (como o do, to be, shall, can, para citar alguns) e com a inversão de substantivo e adjetivo.

São estas e outras características (citamos as mais conhecidas) que tornam as línguas anglo-saxônicas um verdadeiro "exercício contínuo para o cérebro". É surpreendente que o romantismo tenha nascido no berço destas línguas, e não no bonito e elaborado latim.

É este esforço contínuo que coloca o equipamento cerebral do indivíduo em constante ação, e que ajuda a desenvolver o raciocínio. E as línguas latinas, cujas estruturas são todas ordenadas, previsíveis e claras, contraditoriamente, colocam o cérebro num ritmo preguiçoso. É como uma "evolução sem novidades", um "caminho sem desafios", ou seja, não apresenta dificuldades.

A língua portuguesa, nosso terreno, nosso costume, em termos de leitura, mesmo sem conhecimento de sua gramática, é uma tranquilidade em matéria de leitura. Já as anglo-saxônicas são de interpretação problemática até para os próprios nativos. Daí as repetições tão frequentes nos textos em inglês. Isto pode ser notado quando se aumenta o som na TV para se ouvir os documentários. No original, os locutores repetem a mesma coisa, de formas diferentes, umas três vezes, a última para frisar o ponto principal, sem o que a compreensão de sua ideia fica difícil.

Conclusão

A língua é um grande determinante do sucesso intelectual de um povo, pois é a infraestrutura que armazena o conhecimento necessário para o processo. Todas são suficientes para este armazenamento, mas algumas são melhores para se obter um relacionamento exitoso destes conhecimentos.

Quanto menos pronto e rígido se estabelecer um conhecimento, maior a possibilidade de relacionamentos, que quanto mais se entrelaçarem, mais vão facilitar a criatividade e o estabelecimento das novas possibilidades.