terça-feira, 29 de março de 2011

Banco de Informações Comerciais - II

Quando falamos de Estoque, consideramos uma "coisa" única. Linguisticamente o termo Estoque corresponde a uma definição precisa, que não precisa ser citada. Entre todos os negociantes, distribuidores, atravessadores, varejistas e atacadistas, o termo não carece de explicações.

Com o advento das filiais e hoje da sua forma mais evoluída, e de nome bonito - delivery - a definição permanece, mas a operacionalidade, a logística, se tornou complicada. Onde havia apenas entrada e saída, passou a existir entrada, transferência e saída. A transferência se dá entre um repositório de estoque e outro. Em termos de sistema, a transferência é tão somente um movimento interno. Em termos de custo, conforme a distância, poderá haver menos ou mais gasto, assim como também a quantidade envolvida.

Se, no entanto, considerarmos cada repositório de estoque como sendo um sistema, temos uma uniformidade de comportamentos, mas o surgimento de fenômenos contábeis, burocráticos, legais e regras para manter o estoque em relação à região que atende em níveis compatíveis.

Desta forma, além dos controles de quantitativos, é preciso observar a sazonabilidade na variação destes quantitativos, as preferências dos consumidores, fazer pesquisas e colocar em um banco de dados para proceder à Gestão do Conhecimento oriundo das vendas e pesquisas, de forma a baratear os custos, pedindo, na hora certa, as quantidades necessárias, aproveitando os melhores preços dos fretes, conforme a quantidade transportada.

Estudo da preferência dos clientes

Podemos escolhar estudar a preferência pelos produtos conforme a época do ano (sazonabilidade) ou pela faixa etária dos clientes ou pela vocação da região ou pelo poder aquisitivo onde vão ocorrer as vendas. Cada abordagem vai produzir um desenho bem diferente das informações necessárias. Mas também podemos utilizar um modelo polivalente, misturando um pouco de cada, em proporções variáveis.

Um exemplo fácil e acessível ao entendimento da maior parte das pessoas vai ilustrar bem a situação. Seja o mês de fevereiro, famoso pela venda de material escolar. Aqui o fator principal é a sazonabilidade. Mas a região pode não ser propícia. Imagine uma pequena localidade que não possui faculdades nem escolas de nível médio, e sim apenas poucas escolas municipais com pessoas de poder aquisitivo muito reduzido. A época do ano é propícia, mas o sistema externo aos sistema potencialmente consumidor é inadequado. Este é um contexto onde a venda será muito fraca.

Pela simples sazonabilidade, a preferência não atingirá níveis satisfatórios. O poder de consumo na situação citada é muito baixo, bem como o mercado consumidor. Mas a vocação da região pode alterar um pouco a situação. Se, por exemplo, houver um polo de tecnologia em funcionamento, ou a implantar, nesta região, muitas famílias estarão dispostas a investir em material escolar, e talvez possam existir incentivos governamentais disponíveis.

A parte prática

Cada fator deve receber um peso. Este é o princípio geral para transformar grandezas "sensíveis" em grandezas mensuráveis. A sazonabilidade, como base de referência, para material escolar, pode receber o fator 0.9 em fevereiro, por se tratar do mês de maior probabilidade de influência deste fator neste contexto. Em janeiro, por ser um mês de férias e dezembro, pela mesma razão, pode ser 0. Nos outros meses pode ser 0.1. A faixa etária dos clientes pode receber os maiores pesos entre 7 e 17 anos (0.9). Como a população universitária é menor, entre 18 e 22 o peso será um pouco menor (0.4), e assim por diante.

Ou seja, a escolha de fatores estatísticos por indução de raciocínio segue uma lógica e pode ser ajustado à medida em que as vendas vão ocorrendo. E este é o ponto onde ocorre a falha de levantamento de informações. Você já viu alguém te perguntar sua idade ao vender material escolar, ou o curso que você faz ? O interesse é só pela parte burocrática: nome, endereço, CPF, email. Como informação para crescimento da exatidão na abordagem de vendas isto não vale de nada.

Redes Sociais

As redes sociais já nasceram preocupadas com o perfil. Mas em termos de coeficientes, elas não atribuem pesos, mas rastreiam as preferências por determinados tipos de sites, para compor extensas pesquisas de mercado às custas dos cliques dos internautas, possibilitando bases de conhecimento comercial quase imbatíveis em seus resultados. Daí o aparente desinteresse em obter lucro imediato. O que é vendido não é um bem tangível, mas informações precisas sobre preferências deste ou aquele segmento por determinados bens e serviços.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sistemas estáticos e Sistemas dinâmicos

Estáticos

Uma sala de estar é um sistema estático. Não existe uma produtividade diretamente associada. Ela atende ao princípio de coleção, pois apresenta uma série de itens visíveis, com alguma função. No entanto, os vários itens desta sala não apresentam forte interação funcional e colaboração entre sí, nem ciclos de funcionamento, nem produção de alguma coisa.

Vamos a um experimento mental absurdo para provar a não produção desta sala. Vamos supor que um indivíduo que mora na casa onde esta sala de estar existe se sente no sofá para assistir a TV. Ele apóia os pés num banco que está próximo, e assiste a TV até ter sono. Poderíamos dizer que a sala de estar é um sistema que tem como entrada um ser humano descansado, e que em interação com o sofá, a TV e o banco, produzindo um homem cansado ?

Nem todo homem que tiver à sua disposição, nesta mesma sala, estes itens sairá cansado. Um poderá assistir a TV, apenas esperando a hora de sair para um evento prazeiroso. Então, na hora marcada, ele pula do sofá, desliga a TV e sai com toda a disposição.

A sala é, então, um sistema estático, não produtivo, apenas organizado. Mas o mais exato seria dizer que a sala é um "sistema de fronteira", ou seja, simplesmente uma dimensão espacial onde pode funcionar um sistema, quando neste contexto é disparado um sinal, um processo, ou é introduzido nele um sistema dinâmico, no caso, o homem.



Um texto pode descrever um sistema

O tipo de texto que estabelece um sistema (de forma mais óbvia) é a descrição. O próprio exemplo da sala, sistema estático (de fronteira), quando descrito em sua disposição de móveis, tipo, cor e textura, talvez histórico e de como serviu para determinado evento, é uma descrição. Uma descrição evolutiva, ou seja, um roteiro,  ou, em linguagem científica, uma descrição de procedimento de um método é o estabelecimento descritivo de um sistema em ação. Se houver trechos de repetição (loops), ele descreve o sistema em sua dinâmica inquestionável.

Dinâmicos

Os sistemas dinâmicos possuem partes que interagem entre si, estabelecem ciclos de eventos repetitivos e tem comportamento de recepção de uma entrada, processamento e saída de algo que aproveita um conjunto de itens para formar um "novo algo" (como na indústria automobilística ou da construção civil) ou transformar algo em outra coisa pela modificação da forma ou constituição interna (como nas indústrias químicas).

O Sistema dinâmico estabelecido no Sistema de Fronteira


O leitor vai perceber, neste sistema teórico (Sistema de Fronteira), a semelhança com todos os sistemas térmicos e mecânicos existentes. Ele possui uma entrada regulada e outra contínua. Outros sistemas podem ter nenhum ou mais destes tipos (0 regulada e 1 contínua, 0 regulada e 2 contínuas, 1 regulada, 1 contínua). As saídas (aqui 2 contínuas) poderão ser reguláveis também, ou mistas, e ter várias, sem problema, de acordo com a complexidade do sistema a ser representado.

O importante é que os insumos de entrada podem escolher, de acordo com o comportamento dos subsistemas deste sistema, passar pelo caminho curto, ou pelo longo. Não representamos as várias compartimentações que um sistema pode ter devido à complexidade do diagrama resultante.


E o último detalhe é uma fronteira de interação dos insumos, daí termos representado o sistema com pelo menos duas entradas.


É preciso frisar que, apesar de exprimir muito bem sistemas mecânicos, o princípio apresentado também se aplica aos sistemas de conhecimento, e ao cérebro. O cérebro também se baseia na entrada por sinais,  captação por receptores e regulação pelo sistema nervoso. Também temos caminhos curtos (visão) e caminhos longos (linguagem). Portanto, o modelo se aplica.


Considerando, também, que os subsistemas de um sistema também são sistemas em sua natureza, senão a coerência do modelo não permanece, então podemos estender o modelo indefinidamente.


Uma simples operação aritmética de soma


A soma estabelece, na matemática, um sistema. Veja a figura:


O sistema de adição é um sistema dinâmico dentro de nosso raciocínio. Ele está pronto para receber, a toda hora, dois fatores, executar uma série de manipulações, e nos devolver aquilo a que convencionamos chamar de soma.

Um sistema com um subsistema

Vamos complicar o sistema de adição, implementando-o para que faça a soma em binário.

Veja a figura:

Foi adicionado, à esquerda, um subsistema que processa o número na base 10 e devolve o mesmo na base 2 (representação binária: 0 e 1). Este subsistema, por si só, já é mais complicado.

A primeira dificuldade é que temos só um subsistema de conversão. Repare que configuramos o Sistema de Fronteira internamente de modo que o segundo número sofre um atraso (por percorrer o caminho longo; está compreendendo agora ?) para não colidir com o primeiro na entrada do conversor. Em eletrônica isto é conhecido pelo termo "delay" (atraso).

Mas para garantir, na entrada do conversor colocamos uma alimentação regulada, pois para se obter sistemas seguros, deve-se admitir algumas redundâncias. Esta entrada permite a entrada de somente um insumo por vez.

O que ocorre quando o 3 entra, é que ele fecha o acesso. Ao tentar sair pela segunda alimentação regulada, ele desativa a primeira, e ela fica livre para receber o segundo número. Mas a segunda alimentação regulada só destrava com dois sinais. E quando o segundo número chega ao segundo receptor, ele soma um sinal ao segundo receptor, e os dois números conseguem sair.

Eles se encontram na área pontilhada (fronteira de interação), e a soma é efetuada, devolvendo o número 111 que é a representação do número 7 no sistema binário.

Vimos que o modelo se presta para os subsistemas, e que pode ficar muito complexo só se usando 2 níveis.

Na física e na química

Para o bem da verdade, não existe nenhum sistema estático. Tanto na física quanto na química, existem sistemas "compensados" ou sistemas em equilíbrio.

Na física a ilusão do estático parece ser contundente. Um bloco de cimento e ferro (para dar a idéia de algo pesado) do tamanho de um tijolo está em repouso sobre uma superfície. Não existem forças horizontais, excluindo o vento. Mas o bloco exerce uma força equivalente à sua massa multiplicada pela aceleração da gravidade, e a superfície exerce sobre ele a tal força "Normal", do contrário o bloco afundaria mais e mais na superfície.

Na química, temos mais noção de equilíbrio, devido à lei de Le Chatelier. A reação ocorre em uma direção, até que os produtos acabem por tender a se combinar e formar novamente os reagentes, isto nas reações reversíveis.

Na biologia

Nosso corpo, expressão mais genuína e de última geração de um sistema biológico, se compõe, em última instância, do sistema celular. E o sistema celular é, por si só, um sistema extremamente dinâmico.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Confidenciabilidade na Gestão do Conhecimento

Os produtos da Gestão do Conhecimento de uma empresa no ramo dos negócios e de pesquisa devem ser acessíveis, a priori, por toda a organização. Isto seria o output. Ele deve ser público, até porque o conhecimento é uma ferramenta de apoio ao trabalho. Como já discutimos algumas vezes, existe um núcleo (ou engine, engenho) com as informações fundamentais ou primitivas de um negócio em particular. Estas informações, por constituirem aquelas a partir das quais todas as outras derivam, devem ser CONFIDENCIAIS. Elas compõem um modelo, e se o modelo for corrompido, o resto não faz mais sentido.

Vejamos um grande projeto de uma empresa automobilística. Suas informações fundamentais se referem a uma nova diretriz de expansão para a China. Esta informação é confidencial. Para a equipe de projetistas é passada a informação de nível derivado: todos os módulos de display dos novos veículos devem ser capazes de tratar pelo menos 7 línguas. Os projetistas não ficam sabendo que o modelo vai entrar no mercado chinês, mas apenas que pelo menos será fornecido para 7 países. A falta de uma informação confidencial não vai impedir que façam o seu trabalho.

De acordo com as especificações dos projetistas, a equipe que fará os dicionários receberá os termos básicos que serão neles colocados, talvez com saída por voz.

Portanto, expondo somente as camadas de informação necessárias para os fornecedores de bens e serviços, até o limite mínimo para que possam realizar o que foi pedido, mantém-se a CONFIDENCIABILIDADE.

A informática

Este aspecto CONFIDENCIAL da informação fica difícil de ser controlado quando a mesma precisa ser colocada em bancos de dados e acessível pelos sistemas da firma em questão. Os profissionais do CPD tem acesso tanto às regras de negócio (como são obtidas e tratadas as informações) quanto às próprias informações. Não adianta cercar o acesso às informações com permissões, pois dominando a plataforma e a tecnologia, qualquer um destes profissionais pode ter acesso a tudo. Descobrem uma senha e acabou a segurança. Se até leigos conseguem, com algum esforço, burlar o acesso às informações dos cartões bancários, que dirá dos profissionais bem preparados.

Neste caso, vemos que é mais razoável os profissionais de informática produzirem engines especificadas da seguinte forma:

Uma informação (não se fala a natureza de significado) entrará e será transformada segundo uma fórmula.

Portanto, quem faz a aplicação não é o profissional de computação. Ele apenas compõem um "engenho", uma "máquina programacional" que faz determinada transformação segundo uma especificação, capaz de ser parametrizada por um profissional que domina o ramo da informação que vai ser tratada, para que só este último conheça o "segredo" do negócio.

Esta forma de trabalhar exige mais do segundo profissional citado. Um caso parecido é o dos analistas de negócios que extraem informações dos armazéns de dados (OLAP) para planilhas, e ali tratam estas informações segundo o seu conhecimento.

Excessiva preocupação com segurança

Vamos pesar algumas coisas e obter a justa medida:


  • A Gestão de Conhecimento pretende democratizar informações vitais para o aumento da eficiência do negócio;
  • Queremos que o negócio funcione pelos processos, e não pelas pessoas;
  • Queremos a circulação rápida da informação;
  • O grupo é mais importante que o indivíduo, pois o mais desejável é o trabalho em equipe.


Ora, ao longo dos últimos anos, uma elite da gerência dos CPDs (nome antigo dos Datacenters) trabalhou com afinco para convencer a alta gerência das empresas, em nome da garantia de um poder leviano, que o acesso à informação das empresas deveria ser o mais restrito possível. TUDO EM NOME DA ILUSÃO DE UM PODER SEM SENTIDO.

Hoje, 30 % do tempo de quem trabalha na frente de uma estação de trabalho computadorizada é desperdiçado com restrições de acesso, , discussões banais sobre a necessidade deste acesso e queda de desempenho pelo exagero de carga dos programas de antivirus. Auditorias de empresa se direcionaram mais para este lado, pois é mais fácil questionar acesso a esta ou aquela informação (pois o computador está bem à mão) do que ir atrás de desvios de dotações orçamentárias, uso indevido de poderes contidos nas procurações e outras coisas que se constituem no real "buraco" de vazamento de dinheiro.

Monitores de atividade

Inspirados pelos keyloggers (programas para capturar a digitação de dados pessoais) desenvolvidos pelos hackers, as empresas de informática, objetivando somente o lucro, convenceram as administrações das empresas a implantar estas ferramentas. Estes são programas pesadíssimos, que oneram o desempenho das estações de trabalho e enervam os usuários. As máquinas conectadas às redes são padrão e fechadas, mas estes programas monitoram constantemente se o usuário coloca alguma coisa indevida. Como ele vai fazer isto se sequer tem acesso à algumas pastas e diretórios do seu próprio computador ?

A solução é colocar a mão na cabeça e ver o ridículo de certas restrições. Os usuários estão sendo mais produtivos em casa, com equipamento comprado apenas com um orçamento magro do que em suas modernas estações de trabalho em uma empresa grande e lucrativa. E por que? Porque os administradores das empresas se curvam ao discurso e à falácia dos espertalhões que vendem antivirus, monitores e de ineficientes sistemas de Service-desk.

Back orifice

A contradição é tanta, que a empresa, preocupada com segurança, entrega aos Service-desks o acesso à TODAS as suas estações de trabalho. Mesmo com monitoramento do usuário que está à frente da máquina, acessos como back orifices (portas dos fundos) podem ser feitos com aparência de uma colocação normal de atalho que depois desaparece, compartilhamentos invisíveis e permissões camufladas.

Solução

Trabalhar em ferramentas de e-groups e certificação digital e dividir as redes maiores em redes menores. Além disso, valorizar o trabalho em casa por meio período, via sistemas de compartilhamento de informações em grupo.

Evite o contato com consultores que vendem enormes e caros pacotes de segurança que podem ter vários canais de escoamento de informação para destinos inimagináveis, principalmente se sua empresa participa de concorrências internacionais. E leia sobre o projeto Echelon, para ver até que ponto chega a fuga de informações de sistemas empresariais.

Leia também Confidenciabilidade, Terceirização e Licitações

domingo, 20 de março de 2011

Banco de Informações Comerciais - I

A Gestão de Conhecimento é uma ciência almejada principalmente pelo ramo dos negócios (Business Inteligence). Sendo assim, precisamos montar o banco da base teórica dos negócios, sem o quê a compreensão do restante da Gestão desta área de conhecimento ficará incompleta.

O diagrama a seguir ilustra a Relação Básica Varejista-Estoque-Cliente:


É uma relação ternária, discutida anteriormente neste Blog. O grafo da Empresa também é ternário, mas foi simplificado aqui para facilitar a compreensão.

O texto à direita da figura já está normalizado para compor informação útil. As Entidades estão em letras maiúsculas em sua primeira ocorrência.

A Informação nasce de Relações. Onde não existem Relações, ainda não existe Conhecimento, pois este é feito às custas daquelas. O cérebro, através de suas redes neurais estabelece relações à proporção biológicas de 1 para 10000. Isto é muito mais que um ser humano possa especificar em suas teorias, manuais ou normas, mostrando como estamos muito aquém do desejado.

O cliente

O cliente é o alvo, e quem o considera apenas um "objeto abjeto" que só serve para comprar bens e pedir serviços está desprezando seu meio de vida. O estoque é feito em função do cliente. O produto é desenhado em função dele também.

Então, faz-se mister conhecer o cliente. Até hoje, pedem-se informações puramente para faturamento, tais como:

  • Nome
  • CPF
  • Endereço [Cidade][Bairro][Rua][CEP]
  • Telefone Residencial
  • Telefone Celular
  • Estado Civil
  • Local de Trabalho


Talvez a única informação que fornece subsídios ínfimos para traçar um perfil do cliente seja o endereço. A área residencial do cliente pode dar pistas sobre a sua renda. No entanto, com os bairros se tornando cada vez mais heterogêneos, isto redunda em nada.

O verdadeiro perfil é dado pela entrevista direta na captação e no pós-venda. É o relacionamento direto, complementado por pesquisas de tendência. A Internet vem fazendo isto subliminarmente. O email é atrelado às preferências dos "cliques" que o  consumidor efetua.

As informações que devem ser extraídas dos clientes devem ser relativas aos seus gostos e preferências, locais onde gosta de ir e os meios que para isto se utiliza. Ter ou não filhos pode interessar muito mais que simplesmente dizer se é solteiro ou casado. A idade destes filhos é altamente relevante. Ter ou não um veículo ou mais também é uma medida da tendência que a pessoa tem ao consumo ou à despesa. 

Em resumo, o perfil do cliente não está nas informações para identificá-lo com o fim de garantias de pagamento e sim naquelas que o classificam na categoria de poder de consumo.


quarta-feira, 16 de março de 2011

A visão da systems-thinking.org

Pela primeira vez nos deparamos no site www.systems-thinking.org com uma visão prática, sistêmica de Gestão do Conhecimento, interessada em mapear os contextos dos ambientes de onde vai se extrair a informação, com diagramas e grafos. Infelizmente, para a maioria dos brasileiros, o artigo está em inglês.

Procuraremos resumir as partes mais importantes em uma série de artigos.

O primeiro trata da Introdução ao Systems-Thinking (pensamento sistêmico) que coaduna com as exposições feitas ao longo deste blog até agora. A Gestão de Conhecimento só pode ser iniciada quando as peças da organização (recursos humanos e recursos mecânicos) são vistas como um sistema de produção que manipula matérias-primas, produtos semi-acabados e serviços, alimentado de informações e que também produz novas informações.

O interessante é que o artigo trata de coisas (things) em seu nível mais baixo, levando-nos ao blog de princípios de lógica . O trato das raízes de um assunto é muito importante, e recomendamos o acompanhamento do blog citado. Este artigo segue tratando de entidades de negócio, como vendas, lucro, estoque, bens e produtividade.

O domínio da língua inglesa é mandatório para o aprendizado e pesquisas no ramo da Gestão de Conhecimento.

sábado, 12 de março de 2011

Documentos e o princípio da causalidade

Um aspecto bem prático da Gestão de Conhecimento é a transformação de documentos recebidos em informação. Releia os posts sobre como gerir o conhecimento de emails:





Os atributos que vêm primeiro à mente são:

  • Número de referência (Número do protocolo)
  • Data do documento
  • Assunto
  • Remetente (quem enviou o documento)

Isto tudo é muito interessante, mas vale como informação apenas para responder à uma cobrança por parte de quem enviou o documento. Se o remetente for uma empresa que possui certa rotatividade dos seus Relações Públicas ou equivalentes em cargos de comunicação com órgãos externos, meses depois é possível que ninguém ache o documento pelo assunto, e tenha que emitir um relatório de todos os documentos que vieram daquele remetente. Pode dar resultado, mas é um método ridículo para o século XXI.

E não se surpreenda, pois muitas corporações com altos faturamentos trabalham assim, desta forma a que não vamos evitar de chamar de amadora.

Aplicando o princípio da causalidade

Ora, algo gerou este documento. Vamos supor que ele seja um ofício do PROCON (Proteção ao consumidor). A causa, contida em sua descrição, pode ter sido:

  • Mau atendimento;
  • Cobrança indevida;
  • Entrega não realizada;
  • Produto que não corresponde ao especificado no anúncio.

Esta tipificação de ofícios deve ser registrada nas normas de procedimentos desta corporação fictícia de que estamos tratando. O tipo de documento é documento oficial. A causa ou subtipo de documento, que atende ao princípio de causalidade (por que o documento foi enviado) pode ser uma das enumeradas anteriormente.

Assim começa a gestão de conhecimento. Todo documento que chega tem uma causa. Ele não chegou atoa. Pode ser esperado ou não.


domingo, 6 de março de 2011

O princípio da causalidade

Da palavra para o conhecimento

Já que (guarde bem isto):


  • O conhecimento é melhor extraído de textos;
  • Textos [bem escritos]  são emaranhados de idéias que se cruzam;
  • Idéias são expressas por palavras [símbolos];
  • Palavras são redes.


Existem no texto certas relações de causalidade. As próprias 4 considerações anteriores tem relação de causalidade umas com as outras, expressas numa relação hierárquica, do conhecimento (gera) para a palavra (detalhe).

Para o leigo, trata-se simplesmente de uma sequência, e não é. O conhecimento da cor, por exemplo, envolve a escala de cores, dita a maior ou menor absorção de calor, pode ditar o padrão de cor para placas, encanamentos, uniformes, radiação e muitas outras coisas.

Hierarquia como princípio de causalidade

Pelaa hierarquia, temos ordens que vem de cima para baixo. Da maior autoridade para as autoridades de execução direta. É um tipo de relação de causalidade.

Conexões como princípio de causalidade

No motor de automóvel, as engrenagens (conexões de movimento) estabelecem uma relação de causalidade. O motor é a causa zero do movimento.

Preciso compreender análise de textos para gerir conhecimento ?

Um texto, se expressa a verdade, contém conhecimento sob a forma de informações. Mas para ser enquadrado no rol de conhecimento da Empresa que está agregando este, é preciso que contenha idéias relacionadas ao funcionamento e expressão desta Empresa. É como encaixar uma estrofe melódica na música que esta Empresa toca.

É comum ver os empregados de uma Empresa pesquisando notícias na Internet e enviar emails do seu conteúdo para colegas, sem que estes tenham nada a ver com o negócio desta. Coisas como:


  • Curiosidades do mundo artístico
  • Dicas de alimentação;
  • Dicas de saúde;
  • Filosofia do bem viver;
  • Piadas;
  • Política nacional.


Recebendo estes email, e por se ter o email transformado em ferramenta do dia-a-dia, os empregados ficam por até um terço de seu tempo ocupados com estas frivolidades em se tratando de estar em ambiente de trabalho. Este tempo deve ser empregado em procurar matérias dentro do escopo de idéias do negócio da Empresa, e o interesse pelo seu negócio acaba aumentando.

Este tópico poderia ter também o título de:

Como usar mal o email

Desta forma, é preciso analisar o texto do material em questão para encontrar suas idéias, expressas por substantivos (coisas) ou verbos (processos) e mediante uma análise comparativa dizer se ele tem a ver com algo que interessa para o contexto empresarials em que se está vivendo em seu local de trabalho.