domingo, 29 de novembro de 2009

Textos e Sistemas - II

Vamos logo ao assunto, e apontemos os sistemas de um texto.

Para textos que tratam do elemento humano, dois módulos do sistema genérico devem ser explicados:

Sobrevivência

Em se tratando dos humanos, a sobrevivência está ligada à preservação da vida, à comida, à bebida, ao sustento em geral.

Coleção

Em se tratando de um ser suscetível às tentações, devemos considerar o dinheiro (que não é sobrevivência), as obssessões e a busca do poder (que é uma forma, a principal, de obsessão).

Nas causas e nos motivos das ações humanas são estes os módulos principais. O resto é consequência.

Autoridade

Este é o módulo que deve ser o ponto de partida para os motivos e causas. As causas devem sair de ordens, e não de necessidades. Causas, que são as mais comuns nos terrenos humanos, são disparadas devido a necessidades que brotam da mente, nem sempre sadia, e da vontade do TER (coleções). Um sistema sadio tem suas causas exaradas de uma Autoridade.

Mas como esta autoridade está inserida em contexto humano, muitas vezes pode ser movida por um sistema anterior com este mesmo erro: o de ser motivada por necessidades ou obsessões.

Mas qual a real causa

Como temos a sucessão de sistemas que disparam outros sistemas, e o elemento humano, devemos generalizar o disparo inicial como FATO NOVO, ou seja, algo que ultrapasse as razões cotidianas de funcionamento normal dos sistemas, humanos ou não. E geralmente é uma influência externa.

sábado, 21 de novembro de 2009

Textos e Sistemas - I

Até o presente momento, temos visto casos e explicações de Interpretação de Textos caóticas, enigmáticas e subjetivas, sem apresentação de nenhum método. Então, vamos dar uma contribuição aos pobres coitados dos alunos, vítimas de pseudo-abordagens que mais os confundem do que esclarecem.

Nosso primeiro Axioma:

Um texto é um sistema.

Como sistema, deve ter um mínimo de informação que possibilite se identificar:

Espaço (Local)
Tempo
Autoridade dominante
Coleções
Sobrevivência (existe este aspecto)
Conhecimento (pares causa e efeito)

Nas apostilas e nos livros, tanto curriculares quanto de concursos, surpreendo-me ao encontrar questões de interpretação onde o texto tem três linhas, com situações sem nenhuma consistência, e sobre esta situação movediça são formuladas questões, por vezes para se condicionar a admissão a órgãos do governo. É muita pretensão dos formuladores.

Um texto precisa ter um mínimo de elementos lógicos da lista por nós dada para ser reconhecida como Sistema.

Fiquemos com o primeiro axioma então.

sábado, 14 de novembro de 2009

Sistemas hierárquicos

"A tecnologia imitou as instituições humanas nos pontos em que estas instituições estabeleceram sistemas"

Esta é a assertiva para os comentários deste "post".

Para quem está familiarizado com empresas, estas tem hierarquia: Presidente, diretores, superintendentes e gerentes mais baixos, até chegar aos pobres funcionários. Já falamos de família também.

Nos sistemas concebidos para gerenciar e fazer com que a tecnologia funcione, estas hierarquias tem um sentido tanto de estabelecer as linhas de processamento (a CPU/processador do computador é o "manda-chuva") quanto de acesso à informação ( pastas, arquivos, parágrafos, caracteres).

Isto fica muito claro principalmente nos bancos de dados. Vamos supor um sistema que vá gerenciar uma instituição financeira. A estrutura hierarquica pode ser:

  1. Banco (O grupo financeiro pode ter vários, cada um com uma finalidade)
  2. Agência
  3. Modalidade (Conta corrente ou poupança ou cartão de crédito ou carteira de descontos)
  4. Conta

Muita gente acha que nesta estrutura deve estar o cliente, mas esta forma é mais simples, pois se o cliente tiver várias contas, fica fácil para o sistema, pois pode tratar cada conta em separado. Se fosse tratar cada cliente, teria que fazer estruturas diferentes para cada um. A conta tem uma estrutura comum muito parecida. Em resumo, os analistas de sistema costumam dizer que o sujeito do assunto bancário é a conta, e não o cliente, e isto nos faz entender a frieza como os call-center de bancos nos tratam. Eles acham que somos uma conta bancária, e não uma pessoa.

Separando as coisas

A conta de banco é um repositório do dinheiro do banco, assim como o tipo de conta (poupança, carteira de descontos, cartão de crédito). Esta divisão torna os relatórios finais mais factíveis de serem feitos.

Por exemplo, o banco quer saber o total de dinheiro comprometido em cartões de crédito. Basta acessar as contas deste tipo. Se fossa listar todas, e tentar saber quanto de cada uma se refere à modalidade cartão, sem uma classificação clara, esta tarefa seria muito mais demorada. Veja a tabela (já que estamos gostando muito de tabelas):

Nome Tipo da
Conta
Número
da Conta
Valor
Ermenegildo Corrente 09231456 200,00
Ermenegildo Poupança 12738554 400,00
Parmegiano Corrente 09231434 100,00
Floriano Poupança 22748552 600,00
Ermenegildo Cartão 09231456 -270,00
Peixoto Poupança 12733558 400,00
Parmegiano Cartão 09231434 -150,00
Floriano Cartão 22748552 -400,00

Repare a engenhosidade na concepção desta tabela. As contas de cartão tem exatamente o mesmo número das contas correntes. No entanto, os valores são negativos, para mostrar que a conta está devedora. A separação aqui é uma sutileza engenhosa, em que duas coisas parecem a mesma, no entanto tem uma pequena diferença.

Quanto mais hierárquico, tipificado e dividido for um sistema, ou a infra-estrutura deste, mais preciso e maleável ele será. Se utilizarmos cores, uma dimensão visual, e portanto um novo critério de separação, melhor ainda:

NomeTipo da
Conta
Número
da Conta
Valor
ErmenegildoCorrente09231456200,00
ErmenegildoPoupança12738554400,00
ParmegianoCorrente09231434100,00
FlorianoPoupança22748552600,00
ErmenegildoCartão09231456-270,00
PeixotoPoupança12733558400,00
ParmegianoCartão09231434-150,00
FlorianoCartão22748552-400,00


Melhorou ?

Repare que, tendo a conta de poupança um número diverso, o cartão pode tornar a conta corrente bem negativa, que o banco nada fará para compensá-la. O cliente precisará autorizar o transporte de valores da poupança para a conta corrente.




sábado, 7 de novembro de 2009

Espaço / Tempo - Básico II - Comparações

Quando analisamos um fato, para expandirmos o nosso raciocínio, devemos variar experimentalmente este em tempos diferentes e em locais diferentes.

Exemplo disto é o trecho de uma reportagem publicada na Revista Mundo Fiat, aliás uma revista excelente, diga-se de passagem:

O Brasil foi o sexto maior produtor de caminhões do mundo em 2008, de acordo com a Olca, organização internacional que compila os dados das montadoras. Com 167,33 mil unidades fabricadas, o país respondeu por 4,66 % da produção mundial, de 3.589,699 caminhões. Em 2007, 0 Brasil havia participado com 4,21% do total.

Agora que você tem lidop mais sobre os campos do raciocínio, de acordo com a tese deste blog, deve ter notado a sobreposição de tempos (2007/2008) e espaços (Brasil/Mundo) provocando em sua mente a clara sensação de comparação.

Assim devem ser os processos de enriqueciimento de raciocínio e de investigação: deve-se comparar uma situação atual com situações anteriores, variando também os locais onde aconteceram ou onde poderiam acontecer.

E finalmente, poder-se-ia tabelar estas verdades da seguinte forma:


ANOS Produção
no Brasil
Produção
no Mundo
Percentual
sobre o Mundo
2007 ??????? ???????? 4,21 %
2008 167,33 mil 3.589.699 4,66 %

Não importa a presença de todos os valores em todos os anos, pois algum (o percentual) serviu de comparação, além do que temos em nossa mente gravadas verdades adicionais, como:

A cada ano a produção aumenta (exceto em anos de crise).

Nesta postagem deixamos claro, então, a comparação sob o apoio da relação espaço/tempo, e a utilidade da tabela como ferramenta desta comparação.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Raciocínio por tabelas - I

Neste ano, ajudando o meu filho de 9 anos, deparei-me com a necessidade de fazê-lo compreender os problemas de matemática sob uma perspectiva mais sólida, e encontrei esta maneira de representar o problema na forma de uma tabela. E obtive bons resultados.

O problema foi o seguinte:

Armando Bloco é um pedreiro muito bom. Ele é capaz de levantar 4 metros de parede por dia. Uns dias, no entanto, ele trabalha até mais, e em outros trabalha menos, infelizmente. Quando está disposto, levanta até 6 metros de extensão de uma parede de tijolos. Quando está cansado ou desanimado, levanta apenas 3 metros de extensão.

Armando pegou um serviço, este de que vamos falar. Começou na segunda-feira. Estava muito disposto, e do mesmo modo na terça. Quarta-feira trabalhou normal. Na quinta e na sexta já estava cansado.

Quantos metros de parede ele levantou de segunda a sexta-feira desta semana ?

Para a cabeça de uma criança, os dias não tem muita sequência. É preciso, em primeiro lugar, mostrar que estes dias estão em uma ordem e, em seguida, mostrar o comportamento do pedreiro ao longo destes dias, um a um, relendo o enunciado. O produto da primeira etapa deverá ser o seguinte:


DiaEstado de
Armando
SegundaDisposto
TerçaDisposto
QuartaNormal
QuintaCansado
SextaCansado

Na segunda etapa vamos mostrando o preenchimento dos metros levantados:

DiaEstado de
Armando
Número
de metros
SegundaDisposto6
TerçaDisposto6
QuartaNormal4
QuintaCansado3
SextaCansado3

E finalmente somamos os números.

Da forma apresentada, mostramos ao aluno claramente a linha do tempo, dentro da semana, que é uma verdade do seu cotidiano. O princípio básico aqui utilizado foi o da Separação. O princípio secundário foi o do Tempo, mas ambos em sincronismo. A mente gosta de situações apresentadas de forma fortemente estruturada e organizada. Problemas até complexos, como o próximo a ser discutido, podem ser resolvidos pelos jovens alunos, desde que compreendam a organização proporcionada pela separação.