sexta-feira, 29 de abril de 2011

Gestão do Conhecimento e Análise de Sistemas

Um dos paradoxos da informática no momento é:

Quanto mais tecnologia disponível, maiores os prazos pedidos pelas empresas do ramo

Como pode ser isto ?

Vamos a um exemplo acessível a todos. Antigamente, a dona de casa tinha um trabalho razoável para requentar de noite a comida do almoço. Devido ao cuidado que se deve ter com a conservação do alimento e limpeza das panelas, nossas mães e avós não guardavam as panelas na geladeira, e sim em recipientes de vidro. Nas casas mais pobres, guardava-se em recipientes de plástico.

De noite, era preciso colocar o alimento novamente em uma panela, famoso mexidão, para requentar. E tinha dona de casa tão sistemática, que usava o demoradíssimo banho maria, tendo que colocar aquele limão para não escurecer o recipiente do banho.

Surgiu o microondas, e todos nós sabemos o efeito. Em dois minutos, dentro dos recipientes plásticos próprios para microondas, todo o trabalho é feito, sem sujar novamente as panelas. Pode-se levar estes plásticos até para o trabalho, onde muitas empresas tem o forno para os seus empregados terem maior comodidade.

E na informática ?

O mesmo deveria acontecer no caso dos sistemas. Temos servidores mais potentes, linguagens as quais resolvem com uma só linha de programação o que se precisava de um programa inteiro no passado. E passado na era da eletrônica são somente 5 anos. Temos bancos de dados mais simples de usar, linguagens que só exigem do programador movimentos e cliques de mouse (ferramentas do tipo arraste de controles).

Em contrapartida, temos empresas que pedem 20 dias para providenciar uma simples tela onde se cadastram algumas informações e se coloca um link para um documento em PDF. Já vimos o caso de uma empresa que pediu 15 dias para fazer uma tela para entrada de dados de clipping (coleta de notícias de um determinado ramo comercial). Se existe tanta tecnologia na Internet, onde está o problema ?

O problema está num mercado pobre em programadores experientes, terceirização e quarterização de mão de obra, empresários jovens e irresponsáveis e principalmente: desconhecimento das boas práticas de Gestão de Conhecimento. Não se sabe mais generalizar, analisar a informação, e produzir conhecimento. Informações são registradas pensando-se somente em relatórios definidos, e não na geração de conclusões e melhorias. Principalmente, a ênfase está em dar satisfação aos órgãos reguladores, cumprindo requisitos legais como tipos e valores de despesas.

Modelagem de dados e Modelagem de Informação

Os bancos de dados tem que ser bem modelados, não em termos de normalização segundo teorias de James Martin, e sim em termos de estabelecer "pontas" de ligação para se conectar com entidades futuras. A velha ciência das tabelas tem que dar lugar a algo mais maleável. Não se deve ter preocupação só com valores e datas, mas com tipos que se conectam a outros tipos.

A linguística do negócio tem que ser estabelecida, assim como os pesos das relações possíveis entre as entidades. As entidades básicas tem que ser enumeradas, relacionadas e então fazer a procura de entidades derivadas categorizando as entidades principais.

Se você está lendo este post e não tem a mínima idéia do que ele significa, procure consultores sérios, e não inicie nenhum projeto, pois logo ele estará obsoleto, e seus clientes voltarão ao mercado à procura de gente mais capaz.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Planejando um Clipping - I

A neurose no armazenamento de informações está aumentando os custos de sistemas de Clipping (coleta de informações do ramo de atuação). O cliente deste serviço acha muito sábio pedir, além do título, veículo jornalístico, resumo e palavras chave, o famigerado, trabalhoso e, por vezes inútil, OCR.

Ter a notícia inteira, sendo que a informação já foi classificada, lida, resumida e bem tipificada, é como só servir uma taça de vinho e precisar manter a garrafa na mesa, mesmo se sabendo que não beberá nenhuma outra a mais. E como eliminar o conteúdo todo ?

Desde bem novos somos ensinados a fazer resumos, cuja operação mental é a síntese. As pessoas estão perdendo esta capacidade, porque lêem pouco, e na Internet a notícia já vem bem resumida, para uma geração ansiosa, apressada e preguiçosa. São os ignorantes verticais: sabem quase nada sobre tudo, o que redunda em "próximos da ignorância".

Ora, se só se lê os resumos, para que o OCR da notícia integral ? Porque a operação de OCR justifica os altos custos. É difícil justificar alto custo para um resumo, apesar de ser uma operação altamente especializada. Para tal procedimento, quem "clipa" a notícia deve conhecer aquele ramo de atuação no qual ela está inserida. OCR vende scanner de preços entre R$ 2.500 a R$ 11.000 ou mais.

Para um bom Clipping, coloque no Termo de Referência a exigência de um técnico do ramo desejado para seleção e resumo das notícias, bem como a inserção das palavras-chaves corretas.