terça-feira, 26 de julho de 2011

Confidenciabilidade, terceirização e licitação

O mercantilismo encontra brecha em todo lugar.

Com o governo sendo obrigado pela lei a fazer licitações (Lei 8666), as firmas maiores não querem participar diretamente, pois o que acaba prevalecendo é o MENOR PREÇO. Não adianta tentar introduzir características técnicas nos termos de referência, e nem prêmios, títulos, certificados, pois este critério é o que vai prevalecer.

Bem, e como é que as grandes empresas estão fazendo para se aproveitar, mas não colocar seu nome diretamente, para não serem associadas a um preço mais baixo nem à qualidade inferior ?

A primeira maracutaia é a venda de especificações de materiais ou serviços. A empresa maior arranja um "laranja" para participar da licitação, dando-lhe todo o suporte, em troca de uma comissão e de assessoria técnica. Ou seja, para lidar com o governo, usa um intermediário. A empresa "laranja" pode colocar um preço menor, pois não é muito conhecida, e este preço não vai estragar a sua reputação.

Uma vez vencendo, a firma menor tem que fazer o serviço. Ela pode ou não conseguir fazer. O fato é que quem licitou tem a máxima paciência, afinal não quer jogar fora todo aquele tempo (licitação governamental demora muito) e esforço gasto com o Termo de Referência. Mas a pior situação ocorre quando esta firma, que não passa de uma atravessadora, com um picareta como chefe, "quarteriza" o serviço para uma firma pior ainda, ficando com seu percentual, e pressionando para que o serviço seja feito, usando sempre da negociata com a firma licitante.

A segunda maracutaia, muito utilizada no Ministério dos Transportes, e evidente em nossos telejornais é a interminável aditivação dos contratos. A firma atravessadora justifica que não conseguiu fazer o serviço porque sua parceira não tinha competência, e traz outros para fazer o serviço.

Bem, a parte financeira e de transtornos de administração de licitações é o de menos. O que se constitui no pior fica no terreno do desenvolvimento de sistemas de informação para efetuar a Gestão de Conhecimento.

Documentos confidenciais e senhas acabam passando por no mínimo 3 técnicos estranhos à empresa licitante. Se no meio das informações houver uma lista de clientes e fornecedores, a coisa acaba sendo pior. A Confidenciabilidade é completamente rompida, e os efeitos deletérios. Estas informações, desde uns 20 anos para cá, são vitais.

Portanto, pense 10 vezes antes de fazer a contratação de empresa no ramo do conhecimento. E não diga que vai fazer Termos de Confidenciabilidade a serenm assinados por ambas as partes, porque isto é simplesmente ridículo nesta época de mão de obra rotativa.

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