terça-feira, 10 de maio de 2011

Negócios, clientes e primitivas

Uma das crenças dos gerentes e do alto escalão das empresas é que o cliente é uma das idéias "primitivas", ou seja, determinantes do seu negócio.

No entanto, eles colocam os clientes no mesmo nível de outras idéias primitivas como lucro, gastos, matéria-prima, fornecedores e produto. Isto está estampado até no MEG, modelo de gestão de padrão internacional.

Mas o cliente não deve ser colocado no mesmo nível destas outras primitivas (idéias mais fundamentais) pois ele supera o nível de conceito das demais idéias citadas. Não diríamos que as supera por sua humanidade, mas pela alta probabilidade de mudança de preferência quando exposto aos fatores:


  • Atendimento pessoal;
  • Preço;
  • Ofertas de mercado;
  • Crédito;
  • Distância;
  • Sazonabilidade


Estes são fatores de facilidade. O ser humano é preguiçoso. Mas ainda longe de abordar o fator humano, vamos encarar o cliente como uma máquina repleta de botões de ajuste de comportamento. O homem cliente (homo sapiens clientis) é um sistema que pode ser estudado por curvas gráficas e por equações se estiver dentro do sistema de mercado.

Ao encaixamos o cliente, portanto, na categoria de sistema, podemos aplicar a ele a Gestão de Conhecimento, analisando seu comportamento, não como humano, mas como máquina da qual se recolhem parâmetros conforme os diferentes contextos. Cada contexto será um conjunto de medidas de comportamento frente às intensidades variáveis de parâmetros do mercado.

Como exemplo, podemos dar a oferta de crédito. Se esta oferta estiver alta, temos um cliente com maior possibilidade de efetuar compras, mesmo com um Atendimento Pessoal deficiente, mesmo com um Preço não tão atraente, mesmo indo longe para comprar (distância).

Conclusão

Nos negócios, o cliente deve ser enquadrado como um complexo sistema de parâmetros, forma de abordagem que afasta fatores emocionais e que colhe as reações frente ao contexto macroeconômico, reações estas expostas sob a forma de medidas que poderão ser geridas sob a forma de conhecimento.

sábado, 7 de maio de 2011

Primitivas - Um exemplo com movimento

O movimento é uma das expressões mais básicas de nosso cotidiano, por isto será usado para explicar o que vem a ser uma primitiva.

Ir - ação primitiva

Procurando pelo menos três idéias relacionadas a Ir, temos a seguinte rede simples desta ação:


Destas 3 idéias, a que mais está próxima do ser humano é a de andar. Andamos para ir a algum lugar. Viver é mais o sentido filosófico de Ir. Quando perguntamos a um amigo que está passando por dificuldades a muito tempo "como vai você ?", ele responde: "vou indo". Este vou indo significa "estou vivendo e deixando o tempo passar".  

Já a idéia de mover está um nível acima. Mover é objeto de estudo da Física, que tenta enunciar as leis para descrição do movimento.

Ir - ação derivada: descer


Para descrever a idéia de descer, é preciso primeiro ter descrito a idéia de Ir. Se você não sabe o que Ir, como poderá ligar esta idéia a um referencial de aproximação (Ir aproximando do referencial de baixo, Ir abaixando) ? Toda criança aprende a distinguir o baixo do alto em relação ao lugar onde está.

Portanto, relacionando Ir com o referencial primitivo baixo, temos a ação de descer.

Isto é, então, uma idéia derivada

Ir - ação derivada em uma relação binária

Mas existem expressões complexas de pensamentos, onde precisamos conhecer mais expressões de uma relação, sem o que não conseguimos explicar idéias para terceiros. Vejam o diagrama abaixo:


As idéias Andar e Viver não se aplicam à idéia de Girar. Só a de movimento se aplica, pois Girar está mais relacionada à Física, ciência do movimento (e de vez em quando da ausência de movimento nos sistemas em equilíbrio).

Tanto mover para a esquerda (referencial) quanto para a direita (outro referencial) é entendido como Girar. Muitos podem dizer Virar, no entanto Virar está mais relacionado a frente e verso de alguma coisa.

Conclusão

Fizemos esta digressão, dentro do escopo de Gestão de Conhecimento, para mostrar que uma vez que se conheça as idéias primitivas relacionadas a um negócio, a um desafio, a um sistema, o resto fica fácil, e você não vai depender da simples busca de palavras ou de brainstorms onde verdadeiras besteiras são faladas, e pior, uso destas besteiras como verdades.