Vamos meditar sobre o "triângulo" Símbolo-Espaço-Tempo.
Para isto vamos usar o símbolo que são as medalhas, troféus e diplomas. Estes símbolos foram concebidos para que um determinado contexto ocorrido em um dia/mês/ano (Tempo), em uma determinada escola/instituição/país/mundo (Espaço) pudesse ficar registrado de forma mais ou menos permanente.
Vamos supor uma situação. Você e seus colegas ganharam um campeonato de basquete em sua escola quando tinham 13 anos de idade. Como tudo em nossa vida são momentos que passam, e você e seus colegas não poderiam ficar eternamente naquele pódio, de calção e camiseta, no degrau de primeiro lugar, seus pais vão tirar fotos, vão filmar e fazer tudo para registrar aquele momento, e o fato de vocês terem ganho o campeonato.
Mas quando a fotografia e a filmagem eram precários, o remédio, aliás muito criativo, foi a invenção das taças e troféus (símbolos). Desta forma, o homem atendeu ao seu chamado interno linguístico de conceber símbolos para os contextos. Neste símbolo é registrado o contexto (Campeonato de Basquete da Escola Secundária Maria de Alguma Coisa), ano de 1980.
Os símbolos que conhecemos, como cruzes, espadas, escudos, alianças, a águia, o peixe, o fogo, lembram uma idéia geral. Os troféus/taças/diplomas localizam mais precisamente um contexto, por comporem um "triângulo" conceitual Símbolo/Espaço/Tempo. Este triângulo marca um contexto espaço/temporal de uma vitória específica, num campeonato, num torneio, num evento.
Anomalias deste conceito
Uma taça de um campeonato é roubada. Estaria o ladrão se apropriando do símbolo ( a taça somente, o objeto ) ? Sim, pois é um furto de objeto qualquer. Mas estaria ele se apropriando do contexto, ou seja, ele estaria firmando a idéia de que participou da vitória e foi vitorioso ? Não. Se achar que o fez, ele é mentalmente doente, ou pelo menos mentiroso. Ele não pertence aquele contexto e dele não participou. Pode usar a taça para impressionar alguém. No entanto, a história de sua vida e os registros escritos daquele campeonato vão refutar sua afirmação mentirosa.
Esta é uma anomalia humana frente a um símbolo. O símbolo é apenas uma representação. A direção é contexto para representação e não representação para contexto. O que existiu primeiro foi um contexto, e o símbolo foi feito devido ao contexto. Não se faz um símbolo pelo símbolo.
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domingo, 24 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Análise (separação) e conhecimento
Nos exemplos anteriores, analisamos antes os sistemas do que apenas nos debruçamos sobre frases. E esta a vantagem da abordagem por sistema. Desde o advento das questões de múltipla escolha, para que se produzissem provas rapidamente, e a avaliação pudesse ser feita o mais rápido possível, nossos estudantes foram bombardeados por questões de enunciados rápidos e ambíguos. Este quadro ficou ainda mais tenebroso com a chegada dos concursos públicos.
Estas questões de enunciados muito curtos não davam e não dão ao aluno capacidade de compor um sistema e analisar as relações entre as entidades citadas no mesmo. E quem aplica e corrige as provas tem sua resposta préfabricada, que nem sempre condiz com a realidade apresentada, ou que se deu sobre um contexto "furado", pois o enunciado carece de todos os elementos necessários no terreno do razoável.
E isto se reflete no próprio comportamento destes concursados aprovados. Vão trabalhar em empresas do governo recebendo informações incompletas, apressadas e por vezes isentas da coerência devida.
Algo parecido ocorre no cinema de ficção (não necessariamente científica). Histórias começam no meio da vida dos personagens, e seus atos não tem uma lógica histórica que explique seu comportamento. O resultado é o espectador levar mensagens erradas, incompletas e que, de acordo com seu grau de influenciabilidade, vão provocar desvios de conduta, crenças erradas e outras consequências.
Um exemplo do perigo desta influência foram as novelas que pregavam a "produção independente", ou seja, mulheres que procuravam qualquer parceiro apenas para lhe dar um filho. Quantas moças fizeram isto, e ao amadurecer perceberam que as consequências "cor de rosa" das novelas não se davam em sua vida.
Portanto, enunciados e textos devem se originar de sistemas bem feitos, e não de frases soltas.
Estas questões de enunciados muito curtos não davam e não dão ao aluno capacidade de compor um sistema e analisar as relações entre as entidades citadas no mesmo. E quem aplica e corrige as provas tem sua resposta préfabricada, que nem sempre condiz com a realidade apresentada, ou que se deu sobre um contexto "furado", pois o enunciado carece de todos os elementos necessários no terreno do razoável.
E isto se reflete no próprio comportamento destes concursados aprovados. Vão trabalhar em empresas do governo recebendo informações incompletas, apressadas e por vezes isentas da coerência devida.
Algo parecido ocorre no cinema de ficção (não necessariamente científica). Histórias começam no meio da vida dos personagens, e seus atos não tem uma lógica histórica que explique seu comportamento. O resultado é o espectador levar mensagens erradas, incompletas e que, de acordo com seu grau de influenciabilidade, vão provocar desvios de conduta, crenças erradas e outras consequências.
Um exemplo do perigo desta influência foram as novelas que pregavam a "produção independente", ou seja, mulheres que procuravam qualquer parceiro apenas para lhe dar um filho. Quantas moças fizeram isto, e ao amadurecer perceberam que as consequências "cor de rosa" das novelas não se davam em sua vida.
Portanto, enunciados e textos devem se originar de sistemas bem feitos, e não de frases soltas.
Textos e Sistemas - VI - Segundo texto
Vamos evoluir em nosso texto, pequeno, mas pretensioso:
Amália foi à loja de dona Euzébia para comprar linha de costura e uma agulha nova. O vendedor pode atender seu pedido em parte, pois nem todas as cores que dona Amália desejava estava disponíveis.
Relação 1: Dono : A loja de dona Euzébia
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Relação 3: Venda : ... pode atender seu pedido ...
A relação 3 é nova. Veja que houve a venda, apesar do verbo vender não estar presente. Por isto é mais importante analisar as relações do que mergulhar em interpretações de texto divergentes e de resultados inúteis, por muitas vezes.
E o que dizer do pedido ? É uma nova relação, ou expressa uma nova relação ?
Seja o texto aumentado:
Amália foi à loja de dona Euzébia para comprar linha de costura e uma agulha nova. O vendedor pode atender seu pedido em parte, pois nem todas as cores que dona Amália desejava estava disponíveis.
Relação 1: Dono : A loja de dona Euzébia
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Relação 3: Venda : ... pode atender seu pedido ...
A relação 3 é nova. Veja que houve a venda, apesar do verbo vender não estar presente. Por isto é mais importante analisar as relações do que mergulhar em interpretações de texto divergentes e de resultados inúteis, por muitas vezes.
E o que dizer do pedido ? É uma nova relação, ou expressa uma nova relação ?
Seja o texto aumentado:
Amália foi à loja de dona Euzébia para comprar linha de costura e uma agulha nova. O vendedor pode atender seu pedido em parte, pois nem todas as cores que dona Amália desejava estava disponíveis. O vendedor prometeu ter o restante em três dias úteis.
Relação 1: Dono : A loja de dona Euzébia
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Relação 3: Venda : ... pode atender seu pedido ...
Relação 4: Vende : ... prometeu ter o restante ...
Se prometeu ter o resto, não é do estoque, pois se tivesse entregaria agora. Daí esta promessa se referir à sua relação com o fornecedor (vende e não venda).
Mais uma vez obtivemos uma análise a partir de sistema, e não de sintaxes e análises gramaticais infrutíferas.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Textos e Sistemas - V - Primeiro texto
Vamos compor o primeiro texto com base nas ligações da tabela do post anterior, texto este que é mais uma frase do que texto:
Amália foi à loja de dona Euzébia para comprar linha de costura e uma agulha nova.
Relação 1: Dono : A loja de dona Euzébia
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Nossa teoria de relações é clara, e a abordagem bem mais lógica que a gramática. Estuda-se as relações, germes do encadeamento neuronal de nosso cérebro, sem as numerosas e inócuas regras ortodoxas vigentes.
Amália foi à loja de dona Euzébia para comprar linha de costura e uma agulha nova.
Relação 1: Dono : A loja de dona Euzébia
Relação 2: Cliente : Amália ... para comprar ...
Nossa teoria de relações é clara, e a abordagem bem mais lógica que a gramática. Estuda-se as relações, germes do encadeamento neuronal de nosso cérebro, sem as numerosas e inócuas regras ortodoxas vigentes.
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