Nos exemplos anteriores, analisamos antes os sistemas do que apenas nos debruçamos sobre frases. E esta a vantagem da abordagem por sistema. Desde o advento das questões de múltipla escolha, para que se produzissem provas rapidamente, e a avaliação pudesse ser feita o mais rápido possível, nossos estudantes foram bombardeados por questões de enunciados rápidos e ambíguos. Este quadro ficou ainda mais tenebroso com a chegada dos concursos públicos.
Estas questões de enunciados muito curtos não davam e não dão ao aluno capacidade de compor um sistema e analisar as relações entre as entidades citadas no mesmo. E quem aplica e corrige as provas tem sua resposta préfabricada, que nem sempre condiz com a realidade apresentada, ou que se deu sobre um contexto "furado", pois o enunciado carece de todos os elementos necessários no terreno do razoável.
E isto se reflete no próprio comportamento destes concursados aprovados. Vão trabalhar em empresas do governo recebendo informações incompletas, apressadas e por vezes isentas da coerência devida.
Algo parecido ocorre no cinema de ficção (não necessariamente científica). Histórias começam no meio da vida dos personagens, e seus atos não tem uma lógica histórica que explique seu comportamento. O resultado é o espectador levar mensagens erradas, incompletas e que, de acordo com seu grau de influenciabilidade, vão provocar desvios de conduta, crenças erradas e outras consequências.
Um exemplo do perigo desta influência foram as novelas que pregavam a "produção independente", ou seja, mulheres que procuravam qualquer parceiro apenas para lhe dar um filho. Quantas moças fizeram isto, e ao amadurecer perceberam que as consequências "cor de rosa" das novelas não se davam em sua vida.
Portanto, enunciados e textos devem se originar de sistemas bem feitos, e não de frases soltas.
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