domingo, 24 de janeiro de 2010

Símbolos - Espaço/Tempo - Ganhar/Perder

Vamos meditar sobre o "triângulo" Símbolo-Espaço-Tempo.

Para isto vamos usar o símbolo que são as medalhas, troféus e diplomas. Estes símbolos foram concebidos para que um determinado contexto ocorrido em um dia/mês/ano (Tempo), em uma determinada escola/instituição/país/mundo (Espaço) pudesse ficar registrado de forma mais ou menos permanente.

Vamos supor uma situação. Você e seus colegas ganharam um campeonato de basquete em sua escola quando tinham 13 anos de idade. Como tudo em nossa vida são momentos que passam, e você e seus colegas não poderiam ficar eternamente naquele pódio, de calção e camiseta, no degrau de primeiro lugar, seus pais vão tirar fotos, vão filmar e fazer tudo para registrar aquele momento, e o fato de vocês terem ganho o campeonato.

Mas quando a fotografia e a filmagem eram precários, o remédio, aliás muito criativo, foi a invenção das taças e troféus (símbolos). Desta forma, o homem atendeu ao seu chamado interno linguístico de conceber símbolos para os contextos. Neste símbolo é registrado o contexto (Campeonato de Basquete da Escola Secundária Maria de Alguma Coisa), ano de 1980.

Os símbolos que conhecemos, como cruzes, espadas, escudos, alianças, a águia, o peixe, o fogo, lembram uma idéia geral. Os troféus/taças/diplomas localizam mais precisamente um contexto, por comporem um "triângulo" conceitual Símbolo/Espaço/Tempo. Este triângulo marca um contexto espaço/temporal de uma vitória específica, num campeonato, num torneio, num evento.

Anomalias deste conceito

Uma taça de um campeonato é roubada. Estaria o ladrão se apropriando do símbolo ( a taça somente, o objeto ) ? Sim, pois é um furto de objeto qualquer. Mas estaria ele se apropriando do contexto, ou seja, ele estaria firmando a idéia de que participou da vitória e foi vitorioso ? Não. Se achar que o fez, ele é mentalmente doente, ou pelo menos mentiroso. Ele não pertence aquele contexto e dele não participou. Pode usar a taça para impressionar alguém. No entanto, a história de sua vida e os registros escritos daquele campeonato vão refutar sua afirmação mentirosa.

Esta é uma anomalia humana frente a um símbolo. O símbolo é apenas uma representação. A direção é contexto para representação e não representação para contexto. O que existiu primeiro foi um contexto, e o símbolo foi feito devido ao contexto. Não se faz um símbolo pelo símbolo.

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